Outros usos e costumes se podem ainda encontrar na Beira Baixa.
De caracter religioso, encontramos a Festa do Espírito Santo, largamente implementada pela Rainha Santa (séc. XIII) e que ainda perdura, embora com algumas modificações.
Encontramos também as festas aos Santos Populares, na triologia de Santo António, São João e São Pedro, realizadas no mês de Junho.
Destas festas populares, falarei mais tarde.
Com caracter de culto pagão, vamos encontrar as "Maias".
Em Maio, começo do ano em tempos primitivos, celebra-se a "vida nova". Para festejar o "retorno à origem", grupos de rapazes saiem para o campo, onde colhem ramos do Maio (giesta) e se enfeitam. Antigamente, cobriam um deles com flores dos pés à cabeça e percorriam a aldeia cantando e pedindo castanhas ou dinheiro.
Em algumas aldeias fazem bonecos de palha ou trapo, que cobrem de giestas e colocam às janelas e nos campos para se protegerem das trovoadas (Monsanto)
O princípio de Agosto é muito importante, porque traz as "canículas".
É através delas que se faz a "previsão metereológica" para todo o ano seguinte. Na parte oriental da Beira Baixa, as "canículas" são contadas de 1 a 13 de Agosto. Já na parte ocidental, vão de 15 de Agosto a 28.
O 1º dia diz como será o ano, o 2º dia vai corresponder a Janeiro, o 3º dia a Fevereiro e assim por diante.
Na altura dos Santos (1 de Novembro), é uso as raparigas oferecerem aos noivos e namorados um folar, que eles retribuirão na Páscoa com um saquinho de amêndoas.
Nos proclames do casamento, costumam os noivos oferecer aos amigos, vinho e tremoços.
A festa de casamento também tinha contornos interessantes.
No dia do casamento, o noivo e convidados dirigiam-se à casa da noiva. Era uso encontrar a porta fechada. O noivo batia à porta e o pai da rapariga atendia:
- Quem é e o que deseja? (pai da noiva)
- Sou Fulano... e procuro mulher, honra e fazenda! (noivo)
- Entre, que tudo encontrará! (pai da noiva)
Agora já não se trocam estas frases. A noiva sai de casa pelo braço do pai e assim se dirige à igreja, seguida dos padrinhos e dos seus convidados. O noivo, padrinhos e convidados deste, vão atrás, fechando o cortejo.
Após o casamento, os noivos agora lado a lado, encabeçam o cortejo que deve regressar por uma rua diferente. À porta dos noivos ou dos padrinhos, disputa-se a "rebatina". "Rebatina" é a distribuição pela rapaziada de tremoços, rebuçados e amêndoas.
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1 comentário:
xto, foi bastante interessante e útil para mim, sobretudo os costumes.
Paulina
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