Um pouco de História
A Beira Baixa foi habitada desde idades remotas.
Antas, grutas e inscrições rupestres há-as em quase todos os concelhos, tanto nos do norte como nos do centro e sul.
As ruínas de Egitânia, que foi sede de bispado no tempo dos Visigodos e grande centro de civilização luso-romana, as moedas encontradas às centenas em Monsanto, Aldeia do Bispo, Vale de Lobo, etc., não deixam dúvidas sobre a importância que as terras da Beira Baixa atingiram em épocas passadas.
Se dos tempos primitivos passarmos aos séculos que antecederam e se seguiram à Era de Cristo, encontraremos em vários pontos do seu território pontes romanas e restos de grandes explorações mineiras.
Notícias mais ou menos seguras apenas existem as que se referem à velha Sé episcopal de Egitânia, destruída pelos Suevos, reedificada pelos Godos, novamente destruída pelos Árabes.
A ocupação árabe é ainda hoje atestada por dezenas de curiosíssimas lendas de mouras encantadas e pelos próprios nomes de povoações: Alcafozes, Alcaide, Alcaria, Alpedrinha, etc.
Estas vicissitudes devem ter atingido o povoado que antecedeu Castelo Branco. Em 1165, D. Afonso Henriques fez doação da região à Ordem do templo.
D. Sancho I confirmou a doação em 1198.
Em 1209 Fernando Sanches doou aos Templários metade das terras onde teria existido uma cidade romana. Em 1214 porém, a parte que esse dador para si reservara estava já em poder da coroa, visto que em 1 de Novembro desse mesmo ano, D. Afonso II fez nova doação dela aos Templários. Chamava-se nessa altura Vila Franca da Cardosa.
Os Templários edificaram o castelo com grande solidez, sendo por isso considerado “praça forte inexpugnável”. Cientes de que as ruínas que lhes doavam eram da velha “Castra Leuca”, passaram a denominá-la Castelo Branco, tradução portuguesa do antigo nome.
Em 1252, o Mestre do Templo, D. Pedro Alvito, concedeu-lhe o primeiro foral.
Davam-lhe acesso quatro portas, sendo a torre de menagem em forma de polígono heptágono, com as armas de Portugal de um lado e do outro as dos Templários. Na esquina de uma das torres do castelo, havia uma pedra que fazia parte do cunhal, onde se via esculpido um falo que “tinha por fim, parece, evitar o mau olhado” (Leite de Vasconcelos)
A importância que lhe deu a poderosa Ordem Militar e o facto de dominar uma região agrícola de larga produção, levou D. Dinis, em 1319, a defendê-la com muralhas, nas quais se abriam dez portas, que persistiram até 1835, ano em que foram demolidas.
Depois dos Mouros, os Templários e as freiras da Ordem de Malta, deixaram o seu nome na história local, pelo auxílio que prestaram aos reis na defesa das fronteiras e na edificação de lugares como Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha, Monsanto e várias.
Também não faltam na Beira Baixa figuras destacadas nas páginas da História, das Artes e das Ciências.
Nuno Álvares Pereira nasceu em Cernache do Bonjardim; Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil, nasceu em Belmonte; Pêro da Covilhã e Heitor Pinto são naturais da Covilhã; Pedro da Fonseca, o “Aristóteles” português e grande sábio, era natural de Proença-a-Nova; Afonso de Paiva e João Rodrigues, o “Amato Lusitano” nasceram em Castelo Branco; Ribeiro Sanches, médico famoso, natural de Penamacor; José Silvestre Ribeiro, escritor e Jurista, natural de Idanha-a-Nova… e muitos mais que escreveram o seu nome em feitos, quer históricos como científicos e na Arte.
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