segunda-feira, 12 de maio de 2008

A Flora beirã - 2


Foto tirada do alta da serra da Gardunha - note-se o início da Campina de Idanha, em baixo


A Flora beirã - 2


Retalhando a Beira Baixa (por isso também é conhecida por "manta de retalhos"), conforme a realidade da sua dispersão geo-florestal, notamos a Norte uma paisagem granítica e fria, onde predomina a urze e outras herbáceas, que constituem óptimas pastagens naturais. Grandes soutos e lameirões alcantilados, onde coabita a vinha de bacelo e de ramada.

Região propícia à actividade pastoril, resulta em apreciados produtos como : queijo, carnes, lãs e peles, cuja industrialização originou o progresso das cidades aí localizadas (hoje em franca desertificação, devido ao encerramento das referidas indústrias).

As baixas, citas entre a Gardunha, Malcata e Estrela, nos concelhos da Guarda (já Beira Alta), Fundão e Covilhã, a chamada Cova da Beira, são habitat de vinhas e frutíferas, marginadas pelo sempre verde e omnipotente pinheiro.

Da zona, são famosos os frutos, principalmente cerejas, maçãs e pêssegos, e os vinhos das Adegas Cooperativas do Fundão e Covilhã.

Para Sudoeste, abarcando Mação, Vila de Rei, Proença-a-Nova, Pampilhosa da Serra, Oleiros, Sarzedas e Sertã, deparamos com a zona de implantação do pinheiro bravo que, incorporando-se à Lousã e à Beira Litoral, se afirma e é, considerada a maior mancha de pinhal (particular) da Europa.

Dos limites, a Nascente dos concelhos de Proença-a-Nova, Oleiros e Fundão, obliquando à freguesia de Alpedrinha, e daí pelo concelho de Idanha-a-Nova a toda a extensão da serra da Malcata até à ribeira de Alge e por toda a linha de fronteira, deparamos com a Beira tipicamente raiana.

Transição da Beira verdejante para o Alentejo e Estremadura Espanhola, terrenos ressequidos e chãos, região quente e seca, habitat da oliveira, sobreiro, citrinos, trigo, vinha de bacelos, rosmaninho e do carapeto árido e agressivo. Cabeços redondos e peneplanálticos, ora desnudos ora cobertos de estevas onde, de longe em longe, desponta uma ou outra azinheira a par de um moitoço de pilriteiros ou cavasqueiros raquíticos, matizados pelo negrume duro e apedrejado do granito.

É deveras assombrosa a variedade micro-climática e microgeológica da Beira Baixa.

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