quarta-feira, 7 de maio de 2008

A Beira Baixa - identificação geográfica

Jardim do Paço - cidade de Castelo Branco

A Beira Baixa



Se há em Portugal alguma província com uma psicose pronunciadamente colectiva, é a Beira Baixa.

Limita-se esta província pela linha de cumeadas que vai da Serra da Estrela à raia de Espanha e segue pela margem direita do Tejo até aos confins da Beira Litoral

Desde os horizontes extensos, quase sem limites, da alta serra das Neves (Estrela), com os seus gelos e chuvas abundantes, à planura quase sem relevo, de sol intenso e duro da campina de Idanha-a-Nova e às variadas e formosas serras do Sul (Comarca da Sertã), há na Beira Baixa muito para ser apreciado e visitado, como por exemplo, Monsanto, mole imensa de granito a dominar toda a região raiana.

Este lindo rincão da terra portuguesa, de 7.793 km2 e com uma densidade populacional aproximada de 39,6 habitantes/km2, encaixa-se entre a fronteira, o rio Tejo e um arco montanhoso constituído, de leste para oeste, pelas serras de Malcata, Estrela, Açor, Moradal e Alvéolos.
Constitui assim uma região que permaneceu fechada num compartimento geográfico, muito responsável pelos principais traços da sua economia e especificidades dos usos e costumes das suas gentes.

Situada no meio do País e não longe do centro da Península, variada em seus aspectos e panoramas, de clima temperado, sofre por vezes com a presença dos gelos eternos da serra da Estrela e a vizinhança da cálida e seca Castela-a-Velha… os rigores do frio e as asperezas do calor.

De um lado o sistema orográfico luso-castelhano e do outro os ventos “suão”, as temperaturas vão dos 0º invernais da Serra da Estrela, aos 30/40º escaldantes das ribas do Tejo.
Saudável por seus ares, com magníficas estâncias de cura em zonas de altitude, dispõe também de variadas águas minerais.

Formada geologicamente, na sua maior parte, por terrenos xistosos (paleozóico-cambriano) e rochas eruptivas (granito), apresenta em áreas menores o lacustre e o diluviano (rochas sedimentares).
Esta variedade de solos, aliada à posição geográfica, consente grande variedade de culturas: cereais, pomares, montados de sobro e olivais, constituindo o azeite, quer pela sua qualidade, quer pela quantidade, uma das melhores riquezas da economia local.

A região é cortada de NE para OE pelo rio Zêzere e limitada a sul pelo rio Tejo. A fronteira leste é constituída pelos rios Erges e Torto. As margens destes rios, contíguos a Espanha, são quase sempre escarpadas e de difícil acesso, com algumas aberturas próximo de Penamacor, entre Penha Garcia e Monfortinho e próximo de Segura. Tais aberturas constituíam pontos privilegiados para o contacto social entre os dois povos vizinhos. De facto, em Segura existia um posto fronteiriço e a passagem a vau é fácil em Monfortinho.

A meio da Beira Baixa, a serra da Gardunha estende-se de leste para oeste, seguidas das serras do Moradal e Alvéolos, a separar Proença-a-Nova da Sertã e ao sul, a fazer as Portas de Ródão, sobre a região do Perdigão.

Atendendo a que as fronteiras naturais da Beira Baixa são difíceis de estabelecer, considera-se apenas a sua parte mais central, que coincide, em termos de organização administrativa do território, com o distrito de Castelo Branco. Mesmo assim, a diversidade paisagística e cultural é bem evidente, podendo considerar-se três sub-regiões bem distintas: Charneca ou Pinhal, Cova da Beira e Campina de Idanha, também conhecida pela Beira Alentejana.

2 comentários:

Luís disse...

é muito interessante e muito bonito este seu (vosso) blogue. Parabéns
Luís

PASSAGEM disse...

A minha familia é do Rosmaninhal :)
Obrigada e um grande Abraço FRATERNO :)
fpintomachado@gmail.com