quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Monsanto I



Origem do nome – Situação
Breve resumo da história militar do Castelo



O nome de Monsanto dado a esta aldeia, recentemente mudado para Monsanto da Beira para a distinguir das suas homónimas que são várias no país, é “de época mui remota. O local deve ter sido sagrado (Mons Sancti) e para a santidade do lugar contribuiu, sem dúvida, a própria forma do monte que a grande distância avulta solitário e chama a atenção entre os que o circunvizinham”. (Prof. Leite de Vasconcelos)
Situada no concelho de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, a actual aldeia de Monsanto assenta a dois terços do monte do mesmo nome, isto é, a pouco mais de 500 metros de altitude, pois que o monte atinge na sua maior altura cerca de 800 metros.
Três idades diferentes marcam a situação da aldeia:
Nos primeiros tempos da sua existência, estava situada em volta do recinto fortificado – freguesia de S. Miguel. Além da sua Igreja Matriz, possui esta freguesia mais 3 capelas: S. João, Senhora do Castelo e a de S. Domingos.
Mais tarde desceu a população para onde se encontra actualmente a aldeia e formou a freguesia de S. salvador.
Recentemente tende a espalhar-se pelos campos, devido ao aumento da população (mais de 4.000 habitantes em 1945), dando origem aos lugares anexos de Relva, Eugénia, Cidral, Carroqueiro, Adingeiro, Lagar de Maria Martins, Lagar de Junho, Torre e Devesa, alguns já bastante populosos.
As freguesias de S. Miguel e S. salvador coexistiram durante muitos anos e desde há muito tempo.
Foi Monsanto condado e praça-forte de categoria e o seu castelo que ainda existe em ruínas gloriosas, teve uma história militar das mais brilhantes.
Já anteriormente à Era Cristã, este castelo foi cercado pelos romanos, sendo a sua defesa entregue a Sertório. Só se rendeu depois de mortos quase todos os seus defensores.
Em 1658, D. Luiz de Haro, ministro de Filipe IV de Castela, cercou-o também, desta vez inutilmente, pois que teve de levantar o cerco, incomodado pelas mortíferas sortidas dos defensores.
Em Maio de 1704 foi novamente sitiado pelas forças do duque de Berwick, que depois de tomarem Salvaterra e Penha Garcia, tentaram fazer render Monsanto sem combate. A isso se opôs tenazmente o governador da praça que, com a sua exígua guarnição militar, resistiu enquanto pode. O exército franco-espanhol entrou na fortaleza depois de ter morto todos os seus defensores, tendo o governador caído com um golpe vibrado no crânio.
Este desastre foi pouco depois vingado pelo Marquês das Minas que se encontrava em Almeida e que acorreu logo que o soube, a marchas forçadas em auxílio das forças que operavam perto de Monsanto.
Infringiu uma pesada derrota a D. Francisco Ronquillo, delegado de Berwick, no “vale da Matança” e, assaltando e conquistando o Castelo, mandou passar a fio de espada toda a guarnição que se lhe entregara quase sem combate.
Fechou com esta página a sua história, este lendário castelo que era uma maravilha de arte do seu tempo.

Sem comentários: